domingo, 11 de agosto de 2019

Anacronismo Quântico

Sonhos que atravessam universos,
atemporais como a atmosfera,
somem como em um buraco negro.

Almas que atravessam universos,
unidas como satélites naturais,
perdidas, vagando sem gravidade.

Amores que atravessam universos,
infinitos como o cosmos,
acabam como supernovas.

Você me leva e me traz de volta,
nessa toada quântica de sentimentos,
que persistem no meu universo.

Cada quantum carrega culpa e dor,
atravessando universos paralelos,
escurecendo os sonhos, as almas e os amores.

No escuro eles permanecem,
da mesma forma, existem,
só não podem ser vistos.

domingo, 22 de novembro de 2015

Supernova

Quebrou a escuridão e o silêncio.
Explodiu com a pressão da degenerescência no núcleo.
Tudo se arrasta pelo infinito.
Resta pouco ao lado de Saturno.
A luz destruiu a si própria.
Do brilho ao nada, durou pouco.
Ficam os anjos com as incertezas de Heisenberg.
Razões no universo irracional.
Nessa estrela que espalha sangue o amor morreu.
Apenas deite ao meu lado e olhe para o céu.
O que vemos não está lá.
Os corpos não existem mais.
Enunciados de uma alma supernova.


quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Estrada

Terreno verde e úmido. Céu escuro e denso.
Coleção de imagens e sons. O corte desvia o fluxo.
Vejo vocês novamente. A estrada está trilhada.
Pois eu sou o homem feito para cair.
A pupila capta menos luz. O cérebro mente.
A unha continua a crescer.
A solidão existe. Ser só.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Fúria cega

Essa fúria me cega. O amor não respeita.
Esqueço do que nunca aconteceu.
Você repete o verso da canção.
O amor nunca basta para isso.

Se o mundo não acabar estarei aqui.
Quando você se virar poderá ver.
Estarei ali no canto.
Procure e conseguirá achar.

Sigo no curso do sonho.
Na pista de pouso escuto o momento.
O avião que nunca vai decolar.
O céu jamais será seu destino.

O desejo acontece.
A fúria da vida esvai na tristeza.
Você sabe, você vê tudo.
Você conhece minha mente.

Eu vivo olhando o que nunca acabou.
Este momento é tudo.
Você não sabe mas está lá.
Me escondo de tudo isso.









quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Buracos

Depois que o buraco é aberto nunca mais ele é fechado.
Ele pode ser tapado.
Mas será para sempre um buraco tapado.
Nunca será novamente como era antes de ser um buraco.
Buracos sempre serão buracos.
São abertos sem que nos demos conta.
Tão perto e tão distante, são simplesmente buracos.
Sem chance, sem nada.
O olhar identifica tudo. Vê o buraco.
O passado não carrega a resposta. O futuro não mostra.
No coração e na alma, o hiato.
E assim, meu mundo se resume a um buraco.










sexta-feira, 3 de julho de 2015

Sobre certezas, motivos e dores.

Um mundo de motivos cercado de certezas.
Motivos e dores, Certezas recriadas.
A chuva de hoje traz a fumaça de ontem.
E o céu que estava lá desaba.
Quando o sofrimento passar os motivos e certezas serão outros.
O sorriso escancara a dor.
E a alma tem motivos pra chorar.
A certeza nos cega.
Os motivos nos afastam.
A dor nos une.





quarta-feira, 27 de maio de 2015

E quando você acorda tudo está acabado

E se o tempo pudesse voltar? E seu eu conseguisse pensar?
Amores sem rumo, raivas inexplicáveis. 
O coração não sela sentimentos.
E quando você acorda tudo está acabado.

E se algum dia eu pudesse explicar? E se eu conseguisse mostrar?
Lutas sem motivo, sentimentos vivos.
A boca seca mostra  a vida errada.
E quando você acorda tudo está acabado.

E se o o olhar fosse de esperança? E se eu conseguisse sorrir?
Cheiros sem perfumes, dores dominantes.
A maré não leva os erros para fora.
E quando você acorda tudo está acabado.


E se a visão não fosse da destruição? E se eu conseguisse respirar?
Sons sem ouvidos, imagens delicadas.
A música não tira a dor do coração.
E quando você acorda... você está acabado.